sábado, 1 de março de 2008

Cabra Marcado Para Morrer (1985)


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Cabra Marcado Para Morrer, Brasil, 1985
Direção: Eduardo Coutinho

Coutinho é o mais importante diretor de documentários brasileiro. Seu filme mais recente, Jogo de Cena, é uma obra-prima, e, na minha opinião, um dos melhores filmes de todos os tempos. Outros dois filmes dele que me fascinaram foram Edifício Master e Babilônia 2000 e, sem dúvida, Cabra Marcado Para Morrer, que tem uma grande importância histórica, principalmente porque teve suas filmagens interrompidas pelo golpe militar de 1964. Os membros da equipe de filmagem foram perseguidos pois, como todos aqueles que tentavam se expressar artisticamente naquela época, eram considerados subversivos, o que é mostrado no próprio filme. As filmagens foram retomadas 16 anos depois, e o filme foi lançado em 1985.

É interessante assistir ao filme para observar essa metalinguagem, em que o processo de produção passa a ser tão ou mais importante do que o filme que se queria fazer inicilamente, incorporando-se a ele. Essa característica também está presente em outros filmes do Coutinho, geralmente de forma intencional, diferentemente desta obra, em que foi acidental.

O diretor coloca-se inicialmente na posição de observador e, em outro momento, passa a ser também personagem de seu próprio filme. O filme não se restringe em retratar a realidade, pois ele próprio acaba por alterá-la, criando novos fatos. Ademais, o que incialmente era para ser o filme propriamente dito, em dado momento passa a ser apenas um filme dentro do filme, deixando de ser o objeto principal, passando a ser um veículo para conhecermos a história de cada um dos personagens.

Principais Filmes de Eduardo Coutinho:

1999 Santo Forte
2000 Babilônia 2000
2002 Edifício Master
2004 Peões
2005 O Fim e O Princípio
2007 Jogo de Cena

Achei um trabalho maravilhoso e completo sobre o filme, que reproduzo a seguir.
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"CABRA MARCADO PARA MORRER" - UM FILME QUE FAZ HISTÓRIA
por Sarah Yakhni


Esse trabalho pretende fazer uma análise fílmica de "Cabra Marcado para Morrer", de Eduardo Coutinho, e o que se pretende é investigar como se organizou a narrativa partindo do pressuposto de que ela é sempre reveladora dos mecanismos de composição, de significação, de ambiguidade e coerências ao longo de um filme. Dentro desse contexto Ismail Xavier considera que "cada filme define um modo particular de organizar a experiência em discurso, sendo um produto de muitas determinações...Examinar o trabalho do narrador é mergulhar dentro do filme para ver como imagem e som se constituem, numa análise imanente que, ao caracterizar os movimentos internos da obra, oferece instrumentos para discussões de outra ordem, particularmente aquelas que nos levam ao contexto da produção do filme e sua relação com a sociedade ". (1)

Escolheu-se alguns aspectos da narrativa para a análise principalmente aqueles que dizem respeito à estruturação dos modos de representação no documentário e sua implicações éticas e estilisticas tendo como referência teórica o estudo de Bill Nichols.(2)

Outro parâmetro para a análise do filme diz respeito à uma característica básica do gênero documentário - a de representar um fragmento do mundo histórico.Nesse sentido, o ponto de partida do realizador está sempre referido à alguém, a um grupo de pessoas, instituição, um lugar ou manifestação cultural. No documentário o "outro" está sempre presente como representado, revelando o compromisso social do cineasta com seu tempo.As diferentes formas que tomam as relações entre o sujeito realizador e o objeto representado vão permear as discussões e as diferentes posturas assumidas pelos documentários e seus reallizadores.

"Cabra Marcado Para Morrer" se insere dentro do contexto de representação direta do documentário que teve seu início no final da década de 50 marcando um novo tipo de interação do realizador com a realidade a ser representada. Numa perspectiva histórica, o cinema direto é fruto por um lado, da evolução tecnológica dos meios de produção que possibilitaram a gravação
do som em sincronia com a imagem e o aparecimento de cameras mais leves e ,por outro lado, da efervescência cultural e política presente nesse momento em vários países do mundo. Essa confluência de fatores favoreceu uma abordagem mais participativa por parte do realizador marcada por entrevistas, depoimentos, camêra na mão, uma montagem de caráter mais seletivo do que construtivista, que deram ao documentário direto uma maior aderência à relidade em relação ao modo de representação expositiva do documentário até então.

O modo direto de representação foi batizado na França primeiramente como "Cinéma Verité" dentro do contexto de produção do filme etnográfico tendo à frente Jean Rouch e Edgar Morin como realizadores. Em 1963, Mario Ruspoli propõe a substituição do termo para "Cinema Direto" por considerá-lo menos restritivo (3)."Cinema Direto" acabou traduzindo essa nova postura mais participativa e direta dentro da produção documental de diversos grupos de realizadores em vários países: Office National du Film no Canadá, Candid Eye também no Canadá, Living Camera do grupo Drew Associetes financiado pela Time Live nos Estados Unidos e ainda o cinema praticado por Leacock e outros.

O filme de Eduardo Coutinho se insere dentro do contexto do Cinema Direto - utilização da entrevista como referência básica, presença do realizador, interação entre as partes, mas a narrativa do filme combina os elementos de linguagem cinematográfica de forma bastante livre utilizando estruturas que não necessariamente caracterizariam o modo direto de representação como a voz over e a encenação.O realizador não se prende a modelos pré estabelecidos de qualquer natureza , ele está em busca do tempo real, da vida vivida pelas pessoas e suas possibilidades de transformação.

Compromisso social é um conceito chave para a análise de "Cabra Marcado Para Morrer" que consegue traduzir um longo período da história do Brasil do ponto de vista social, político e sobretudo humano, dando uma dimensão histórica à vida de seus personagens e humanizando a história em constante mutação.O filme não é apenas um retrato das lutas dos trabalhadores rurais organizados em ligas camponesas na década de sessenta, ele faz parte dessa história, é cumplice com a vida desses camponeses e com suas transformações ao longo do tempo e o realizador se torna, ele mesmo, um dos principais personagens do filme, ao lado de Elisabeth Teixeira e o seu marido, João Pedro, líder campones assassinado em 1962.

O filme se utiliza de vários planos narrativos entrelaçados para contar várias histórias: o realizador havia começado a rodar, em 1964, um filme inspirado na vida de João Pedro, dirigente das ligas camponesas e assassinado em 1962, interpretado por trabalhadores rurais,sendo que o papel da mulher dele era representado por Elisabeth Teixeira, viúva do líder. A filmagem foi interrompida pelo golpe militar de 64 e o material, já enviado ao laboratório, é salvo. Elisabeth entra para a clandestinidade e seus oito filhos se dispersam pelo Brasil.Com a abertura política , em 81, Coutinho decide procurar os camponeses que tinham trabalhado no filme para projetar as cenas filmadas e também saber o que lhes tinham acontecido desde então e encontrar Elisabeth e seus filhos.

Ao trabalhar com vestígios, com a fragmentação dos fatos e com a memória desses fatos, Coutinho recupera o passado, transforma o presente e prepara o futuro.O filme é a um só tempo representação da realidade e a realidade ela mesma, sendo engendrada a cada plano , a cada encontro. O personagem de Elisabeth é a prova viva desse proceso: no começo do filme ela é a viúva do líder que participa de assembléias, mas é também uma atriz que interpreta o seu próprio papel, na fase atual ela é Marta que volta a ser Elisabeth num dos momentos mais tocantes do filme onde vida e obra se fundem transformando o curso da História para sempre.

No que diz respeito à discussão dos modos de representação no documentário e suas implicações na estruturação e articulação dos diferentes elementos de linguagem cinematográfica (narração over, entrevistas, depoimentos,montagem, decupagem,movimentos de câmera) , Bill Nichols destaaca quatro modos de representação no documentário que formam padrões organizativos em torno dos quais se estruturam a maioria das narrativas: expositivo, de obsevação, interativo e reflexivo. Cada modalidade emprega os recursos de linguagem de modo diverso criando questões específicas quanto à fruição do espectador, à ética envolvida na relação do realizador e os atores sociais.

O FILME

O filme de Eduardo Coutinho se estrutura através do cruzamento de temporalidades diferentes que se alinhavam, por um lado, pela experiência vivida e traduzida em narração off pelo próprio realizador que conta a sua vivência e intenções, numa espécie de diário pessoal que coloca o espectador em conexão direta com o ponto de vista do diretor e, por outro lado, por uma voz over que dá conta de informações de cunho mais objetivo formando um contrponto entre a realidade social e histórica e o recorte da experiência pessoal.

O realizador se coloca, desde o início do filme, como personagem que participa contando e vivendo sua história não só atrás da camera como também na frente dela,vísivel e presente junto com os outros personagens.

As entrevistas formam o terceiro alicerce da narrativa.Como aponta Bill Nichols, cada escolha de uma configuração espaço-temporal entre realizador e entrevistado tem implicações e uma carga política potencial, ideológica. No caso de "Cabra Marcado Para Morrer" as entrevistas são também um encontro entre o realizador e o entrevitado flagrado por uma camera que não decupa, não falseia, que está ali presente, filmando em tempo real. Nesse sentido, a camera se torna cumplice do espectador e a sensação de fragilidade do momento presente deixa claro que a direção do filme está em jogo à cada momento - nada está pronto e definido, tudo está acontecendo.

Em relação a temporalidade pode-se considerar três planos distintos: o filme "Cabra Marcado Para Morrer" realizado em 1964 e interrompido, as imagens filmadas pela UNE Volante em 1962, e o filme que Coutinho retoma à partir de 84 estruturado pelas entrevistas dos camponeses que participaram da primeira experiência. Nesse sentido, passado e presente vão se articulando ao longo do filme na tarefa de recompor as relações perdidas entre os trabalhadores rurais e entre mãe e filhos que a ditadura havia dispersado.

Para a análise, dividiu-se o filme em quatro blocos por se acreditar que pontuam a ação de maneira significativa dentro da narrativa e do desenrolar dos acontecimentos.

Bloco 1- "Explicando o passado"

O filme começa com a cena de um projetor sendo equipado para projeção, mas não há uma continuidade dessa ação .Essa imagem vai pontuar algumas vezes o filme antes que a projeção propriamente dita se realize e o espectador entenda do que se trata. A imagem do projetor, desprovida do seu contexto deixa de significar uma ação concreta para entrar no universo do simbólico. Ela traduz a possibilidade de um encontro (que se realiza um tempo depois), indica que algo vai ser visto e cria uma expectativa no espectador.Em termos de narrativa cria uma ação paralela àquela apresentada no início do filme.

Como uma espécie de prólogo,esse bloco explica o passado, situa o espectador desde o início da história quando Coutinho, em 1962, como membro do CPC (Centro Popular de Cultura), viajava com uma caravana da União Nacional dos Estudantes, filmando em Alagoas, Pernambuco e na Paraíba, onde João Pedro tinha sido assassinado duas semanas antes,fato que gerou a idéia de fazer um filme sobre a sua vida (o primeiro "Cabra Marcado Para Viver")

A estrutura narrativa é feita através de uma narração over, impessoal e extra diegética que traz informações de cunho mais histórico e objetivo e uma narração off do próprio realizador, em primeira pessoa que faz um recorte subjetivo.

Em todo o bloco não há uma só entrevista. As imagens utilizadas são aquelas filmadas para a UNE Volante e cenas do filme cujas filmagens foram interrompidas definitivamente em março de 64, com o golpe militar.Essas imagens servem como ilustração e contraponto à narração e a montagem tem como fio condutor a lógica da narração, que segundo Bill Nichols caracteriza o modo expositivo de representação. Cabe ressaltar que, apesar de seguir uma estrutura expositiva, a narração off contada por Coutinho em primeira pessoa faz um contraponto bastante subjetivo, o que dá à narrativa um tom mais pessoal.

Esse bloco acaba como começou - com a cena do projetor. Fecha-se um ciclo de explicações necessárias e mantem-se uma expectativa no ar. É como se o projetor, ainda vazio, alertasse o espectador que o filme ainda está por começar.

Bloco 2 - "O fio da memória : alinhavando o passado até o presente"

Esse bloco abre com a volta de Coutinho à Galiléia dezessete anos depois para completar o filme e reencontrar os camponeses que trabalharam no primeiro"Cabra Marcado Para Morrer". Aqui há uma inversão -as entrevistas passam para primeiro plano e conduzem a narrativa. Através do testemunho de um dos personagens,João Virgínio, o fio da memória vai se desembaraçando e a história da ligas camponesas em Galiléia vai sendo reconstruída.

As imagens captadas pela UNE Volante, que na época pretendiam revelar a imagem da miséria, são utilizadas como ilustração da situação de Galiléia conforme João Virgínio conta a história. Essas imagens adquirem um caráter de material de arquivo - imagens que eram concretas e datadas passam a ter um cunho exemplar e mais abstrato, no sentido de servirem à retórica do personagem.

O material filmado por Coutinho com os camponeses dezessete anos atrás é projetado em praça pública para todos.Essa projeção é um marco dentro do filme. É a primeira ação propriamente dita do segundo"Cabra Marcado Para Morrer", é uma espécie de marco zero do filme onde passado e presente se fundem para gerar uma nova ação. Ao mostrar o material exatamente como foi filmado, fora de ordem, com cenas incompletas e repetidas, não manipulado pelo realizador, Coutinho não só presta contas de um trabalho em que todos participaram, como se coloca em pé de igualdade para a retomada do filme .

Em seu trabalho, Bill Nichols chama a atenção para o fato de que no documentário não há uma divisão ontológica marcada pela criação de um mundo imaginário - o espaço documental é histórico e o realizador se situa como parte do mundo histórico e não como criador de um mundo imaginário. A sua presença ou ausência na tela serve como índice de sua própria relação com as pessoas e seus problemas, as situações e eventos que está filmando. De certa forma, o documentário é sempre um registro da ética do realizador na sua relação com o outro e com o mundo.

Nesse sentido, o estilo de um documentário atesta não só uma visão de mundo como também uma qualidade ética resultante da escolha de um ponto de vista particular. No caso de "Cabra Marcado Para Morrer", no momento da projeção, o realizador está entre os presentes, ele abandona o seu posto atrás da camêra e se coloca lado a lado com os camponeses instaurando o modo de representação interativo que seguirá até o fim do filme com a sua presença no espaço da filmagem. A camêra abandona a condição de distância, se converte em testemunha do fuir dos acontecimentos e o diretor se torna um personagem de sua própria história.

Em termos de estrutura do filme a projeção serve de gancho para as entrevistas com os camponeses que participaram do primeiro filme e que sobreviveram à ditadura. Através delas o filme reconstrói a vida de cada um desde então, atualiza as imagens revelando expressões mais vividas, marcadas por dezessete anos a mais de vida.

Bloco 3 - "O Presente revelado pelo passado"

Esse bloco é marcado pelo encontro entre Elisabeth,que vivia na clandestinidade até esse momento, e o realizador. A figura de Elisabeth, até então, só tinha sido vista pelas imagens da UNE Volante e no papel de viúva do líder campones e reconhecida por todos na projeção.

O realizador e sua equipe estão presentes na cena (na verdade, no segundo encontro com Elisabeth) e a realidade dos fatos se mostra com toda clareza. Não existe nada pré-estabelecido, a direção do filme está em jogo a cada troca entre o realizador e o outro, a interação entre todos é que define cada cena filmada.

No modo interativo de representação a dinâmica de intercâmbio social entre o realizador e sujeito é fundamental para o filme e prevalece, como aponta Bill Nichols,a premissa de que o que ocorreu na frente da camêra não foi representado em sua totalidade pensando-se na camêra.

Coutinho, através do filme, cria um fato. O seu encontro com Elisabeth muda radicalmente a vida dela que até então vivia na clandestinida com o nome de Marta. O filme lhe devolve a identidade , passa a limpo o seu passado. Realidade e filme se fundem mudando o curso da História.

A entrevista com Elisabeth é intercalada com imagens do primeiro "Cabra Marcado Para Morrer". As imagens encenadas para o docudrama passam a ter uma conotação de registro, de documento. Um exemplo dessa metamorfose é a cena em que o diretor pergunta para Elisabeth se ela cantava um coco quando os capangas atacavam pedras na casa e ela diz que sim. Enquanto descreve como o fato aconteceu, se vê a cena representada no primeiro filme. Desse modo, a situação se inverte - o que era encenação transforma-se em realidade vivida de fato, perde o caráter de reconstrução para se transformar em prova de que aquilo que está sendo contado ocorreu de fato um dia na vida de Elisabeth. O seu depoimento ao vivo, a sua presença passa a representar a verdade, cabendo às imagens mostrar o ocorrido de fato.

O filme utililiza o material do primeiro "Cabra" dando-lhe outra conotação que na sua origem teria. As cenas acabam servindo ao documentário atual para retratar fatos reais ocorridos com os personagens reais.O caráter ficcional que essas imagens teriam no filme original deixa de existir.
Esse bloco é estruturado pela entrevista de Elisabeth. Ao contar a sua história na clandestinidade ou ao lembrar e reconstruir os fatos ocorridos naquela época, ela chega até o presente refeita, reintegrada às suas origens, à sua identidade. A sua entrevista funciona como fio condutor para que toda história se desenvolva.

O discurso da entrevista alinhava as sequências que, muitas vezes, voltam para o passado para revelar a ordem dos acontecimentos, ou ainda, buscam as entrevistas de outros camponeses que vão complementar as informações dadas por Elisabeth. Esse vaivém temporal e espacial é amarrado pelo depoimento dela.

A entrevista é um dos pilares do modo de representação interativo. Para Bill Nichols a entrevista está sempre rodeada por uma série de questões políticas de hierarquia,controle, poder e conhecimento.Cada escolha de uma cofiguração espaço-temporal entre realizador e entrevistado tem implicações políticas e ideológicas. A imagem estampada na tela é resultado das escolhas éticas feitas pelo realizador a cada momento.

Em "Cabra Marcado Para Morrer", a postura do realizador é a de se colocar como um dos atores sociais, de igual para igual, construindo, a cada momento, o fluxo dos acontecimentos através da sua interação com os demais.Em muitos momentos das entrevistas , o filme se utiliza do tempo real. Não há corte, a pessoa fala no seu tempo, com a sua gestualidade. Algumas vezes, o realizador está em quadro com o entrevistado mas não interfere, espera que o outro se coloque e a camêra também observa, não se antecipa. O tempo real, explorado pelo realizador, coloca o espectador como cúmplice dos acontecimentos.

Bloco 4 - "Alinhavando o futuro"

Esse bloco começa com Elisabeth dizendo que vai voltar para o mundo, procurar os seus filhos e retomar a sua identidade.O filme continua e se antecipa.

O realizador vai em busca da família de Elisabeth. Ela não sabe se os pais estão vivos e não tem notícias de muitos de seus filhos, como ela conta na entrevista.

O compromisso com a realidade e a com a cumplicidade construída com o espectador levam Coutinho a procurar o pai de Elisabeth e alguns de seus irmãos, a conhecê-los e enrevistá-los. O filme se encarrega de promover aquilo que Elisabeth se propõe a fazer - recompor uma família fragmentada.

(1) Xavier, Ismail. Sertão Mar - Glauber Rocha e a Estética da Fome. Editora Brasiliense, São Paulo, 1983.
(2) Nichols, Bill. La Representación de la Realidad. Editora Paidós Comunicacion Cine, Buenos Aires, 1997.

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